Mistério, suspense: que fim tiveram os cavalos de Requião?
Teriam, entre outras possibilidades macabras, virado mortadela, se suicidado, se asilado em algum país bolivariano? Ou foram mortos para não depor no inquérito aberto pela PM sobre a origem dos recursos para mantê-los na Granja do Canguiri?
Onde estarão Proletário, JG, 110 e as éguas Bolivariana e Benedita, os cavalos favoritos de Roberto Requião?
Se eram os favoritos, não eram os únicos:...
A curiosidade não pode ser contida 12 dias depois de os candidatos a cargos eletivos terem declarado seu patrimônio à Justiça Eleitoral. E eles – Proletário, Benedita e demais – desapareceram da relação de bens de Requião. Sem deixar nenhuma pegada, nenhuma rama de alfafa, nenhum grão de ração esquecidos à beira do caminho. Nenhum montículo de adubo...
Não mereciam este fim criaturas que tiveram dias, meses, anos de glória. Moravam na Ganja do Canguiri em companhia de Requião que, para utilizá-los em seus devaneios de cavaleiro medieval em luta contra moinhos de vento - estado de transe permanente em que incorporava o espírito de Dom Valentão das Araucárias -, proporcionava-lhes à fartura ração, veterinário e cuidados estéticos. E notoriedade.
Esses seres privilegiados eram propriedade de Dom Valentão, mas quem os sustentava era o povo – que também pagava o salário e a granja em que moravam o cavaleiro e seus cavalos. O custo deles, nos oito anos em que o cavaleiro reinou no Castelo Iguaçu, é estimado em mais de 5 milhões de reais.
A Polícia Militar, que os custodiava, abriu inquérito para investigar a extensão do quiproquó, tornado público por um ex-fiel escudeiro de Dom Valentão, que não é o Sancho Pança, mas José Domingos Scarpellini.
Aguardamos o resultado do inquérito. Como a PM costuma ser zelosa nesse tipo de investigação, não podemos exigir que apresse suas conclusões.
A pressa é para saber o destino de Proletário, Benedita e outros.
Seria a Benedita a responsável, tendo gerado uma crise coletiva de ciúmes que culminou num cavalocídio?
Teriam morrido de desgosto depois de perder as mordomias?
Teriam sido sacrificados porque Dom Valentão, após perder o mando no castelo e as regalias da granja, não se dispunha a mantê-los com seu próprio dinheiro?
Teriam pedido asilo político em algum país bolivariano alegando maus tratos do dono?
Teriam se transformado - ó dúvida cruel! - em mortadela para recompor parte do patrimônio que Dom Valentão diz ter dilapidado quando mandante no Castelo Iguaçu?
Teriam – ó dúvida mais cruel ainda!- sido sacrificados para não testemunhar no inquérito aberto pela PM?
Teriam se suicidado com uma das armas do arsenal de Requião, perplexos com o tratamento cavalar que ele dispensa aos humanos?
E aí se impõe uma ressalva: Proletário, Benedita e os outros pocotós jamais foram tão rudes com os humanos quanto sua montaria.
Eram equinos; estúpidos não.
Onde, afinal, estarão Proletário, JG, 110 e as éguas Bolivariana e Benedita?
Se eram os favoritos, não eram os únicos...
... alguns estimam o plantel em mais de 80 animais. Outros, modestos, em 30.
Fiquemos nos 30 por seu simbolismo.
Simbolismo que suscita uma questão. Eis a questão: por quantos 30 dinheiros para sua campanha Requião – que se notabilizou pela agressividade inócua contra o pedágio em seus dois últimos mandatos de governador – cedeu seu lombo para que Marcelo Almeida, o rei do pedágio no Paraná, cavalgasse rumo à cobiçada vaga no Senado?
( José Pedriali)
Mistério, suspense: que fim tiveram os cavalos de Requião?
Reviewed by Ivan de Colombo
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