Requião não dá trégua para Paulo Bernardo

O senador Roberto Requião promete não dar trégua ao ministro Paulo Bernardo, mesmo sabendo que este deve deixar a Explanada dos Ministérios até o fim do ano. Prova disto é um requerimento sobre um assunto nada relevante para o Paraná, estado que Requião diz representar. 

O peemedebista quer esclarecimentos de Paulo Bernardo sobre a transferência do controle acionário da ex-Rádio Televisão Paulista S/A (canal 5), atual TV Globo de São Paulo, para o jornalista e empresário Roberto Marinho. O negócio foi fechado na década de 60. 

Segundo Requião, Paulo Bernardo não respondeu ao solicitado no primeiro requerimento e nem juntou documentos que justificassem as respostas enviadas.

Faça o que que falo, não faça o que eu faço

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou requerimento no Senado para que seja votado logo um projeto de lei que acaba com doações de empresas para campanhas eleitorais. A lei vai contra a prática do próprio Requião, que sempre teve a maior parte de suas campanhas bancadas por grandes empresas.

Nas eleições de 2014, por exemplo, o peemedebista recebeu dinheiro inclusive de empresas que estão sendo investigadas na Operação Lava Jato, como é o grupo OAS, que repassou R$ 500 mil à sua campanha ao governo do Paraná. Já a JBS, uma das maiores devedoras do BNDES, doou R$ 1,5 milhão para Requião. 

Verborrágico, Requião disse que o projeto garante um pressuposto inarredável da democracia, que é a separação entre os interesses público e privado. Ele afirmou que grandes empresas doam dinheiro para disputas por cargos no Executivo e no Legislativo para garantir a defesa de seus interesses. Será que isto vale para ele também?