No Paraná, dólar em alta garante lucro ao agronegócio

Enquanto para uns a alta do dólar tem imposto severos prejuízos, para a agricultura o aumento veio em boa hora. Diante de um cenário econômico instável e à beira de um colapso, a sojicultura tem se mantido lucrativa unicamente por conta da cotação da moeda, que esta semana chegou a R$ 2,86, a maior máxima da década. As informações são d'O Paraná.

Conforme o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, o aumento tem favorecido os sojicultores que trabalham com a exportação, visto que a moeda americana é que baliza as comercializações com o mercado externo. “Tem sido bom para esse momento em que há variação cambial positiva”, comenta.

Apesar dos bons preços em relação à moeda, os valores frustraram os produtores, visto que a média da saca atual de 60 quilos de soja está cotada na casa dos R$ 57, enquanto na safra passada o preço médio chegou a R$ 61. “O produtor tinha uma expectativa de vender pela mesma cotação da última temporada, porém atualmente existe outra conjectura de mercado, com uma oferta maior da commoditie, por isso os preços se retraíram. Mas isso é uma questão do mercado global. Contudo, o preço pago atualmente, por conta da paridade da moeda, já cobre os custos operacionais”, explica.

Segundo o diretor, o produtor está cauteloso para vender o produto, seja a soja recém-colhida ou a armazenada. “O que percebemos é que os sojicultores têm comercializado à medida que precisam do recurso. Eles estão esperando o mercado ficar mais vantajoso”, pontua.

A expectativa do Deral é uma produção de 16,7 milhões de toneladas de soja no Estado. Somente a região Oeste responde por 21% de toda a produção em território paranaense, com mais de 3 milhões de toneladas. Conforme o último boletim da entidade, cerca de 17% do produto já foi colhido no Paraná.