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Youssef confirma repasse de R$ 1 milhão para Gleisi

O doleiro Alberto Youssef confirmou ontem,  nesta segunda-feira, 11, em depoimento na CPI da Petrobras em Curitiba, que repassou R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado em 2010. Youssef disse que fez o repasse do dinheiro à pedido do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. "O doutor Paulo Roberto Costa disse que Paulo Bernardo pediu R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi. Me deu um número de telefone para repassar o dinheiro", disse Youssef durante a sessão da CPI realizada na sede da Justiça Federal do Paraná. 

Além de Gleisi e Bernado, o doleiro citou ainda três outros paranaenses: os deputados Nelson Meurer (PP) e Dilceu Sperafico (PP) que teriam recebido dinheiro desviado da Petrobras, e o ex-ministro Gilberto Carvalho que teria conhecimento no Palácio do Planalto do funcionamento do esquema.

Gleisi Hoffmann já responde por crime de corrupção passiva qualificada no SFT (Supremo Tribunal Federal). A petista foi denunciada por receber dinheiro desviado da Petrobras conforme apurou a Polícia Federal nas investigações da Operação Lava-Jato. O nome de Gleisi surgiu nas delações, aprovadas pela Justiça Federal, do doleiro Youssef e do ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa. Yousseff e Costa voltaram a confirmar o repasse do dinheiro em depoimentos na CPI da Petrobras.

Depoimentos - O dinheiro recebido por Geisi, conforme aponta o doleiro, não consta na prestação de contas da petista na Justiça Eleitoral. O eventual crime praticado por Gleisi, segundo o Ministério Público Federal, é tipificado no artigo 137 do Código Penal e prevê pena de reclusão de dois a 12 anos e multa. Conforme o MPF, Gleisi faz parte do "núcleo político" da "organização criminosa complexa" que desviou dinheiro da estatal brasileira. Gleisi já prestou depoimento na Polícia Federal à respeito do inquérito no STF e disse que recebeu dinheiro para sua campanha, através de doações eleitorais, de seis empreiteiras investigadas na operação Lava Jato: Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. As doações à petista estão sendo investigadas pela Polícia Federal já que na sua prestação na Justiça Eleitoral não constam as doações da Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão. 

Com essas novas informações, o STF decidiu ampliar em 60 dias as investigações sobre Gleisi e convocou seis pessoas para prestar depoimentos no inquérito sobre a petista: Rafael Angulo Lopez (auxiliar do doleiro Alberto Youssef), Ricardo Pessoa (presidente da UTC), José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS), João Ricardo Auler (presidente da Camargo Corrêa), Ronaldo Balthazar (tesoureiro da campanha de Gleisi), e José Augusto Zaniratti (coordenador geral da campanha da petista).
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