MP denuncia vereador por exigir parte de salários de assessores

Promotor de Justiça Flávio Duarte investigou o caso 

O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou um vereador de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por exigir parte dos salários de assessores. Segundo a investigação, a mulher de Marcos Ronchetti ( PSDB) recolhia o dinheiro de três funcionários com cargos de comissão.

"Ele exigia parte dos salários de algumas servidoras dele, CCs dele. E também solicitou para uma delas, que era próxima da família, que também contraísse um empréstimo o e repassasse não para ele, mas para a conta bancária da sua companheira", afirma o promotor de Justiça Flávio Duarte. 

O advogado do vereador Marcos Ronchetti e da mulher dele, Roselaine Oliveira Santos, disse que o casal nega as acusações e que os assessores denunciaram o caso porque foram demitidos. A denúncia foi feita após depoimentos e quebra de sigilo bancário dos envolvidos. Os assessores eram obrigados a entregar para Roselaine Oliveira Santos, mulher do político, também o 13º salário e férias. Uma funcionária e o marido gravaram uma suposta conversa que tiveram com ela.

Há seis meses, três vereadores de Canoasforam denunciados pelo mesmo tipo de crime: exigir parte do salário dos assessores. Uma CPI foi aberta para investigar Celso Jancke, do PP, Francisco da Mensagem, do PSB e Doutor Pompeo, do PTB. Segundo o relator, há indícios para abrir uma comissão processante, que pode levar os três à cassação. 'Há indícios de que houve crime. [As investigações] remetem a uma suposta captação do valor de assessores e também. Há também indícios de depósitos feitos pelo assessor ao vereador, isso pelo que já foi incluído junto aos autos da relatoria da comissão", diz o relator da CPI, César Augusto Ribas Moreira (PRB).

O prazo para a conclusão do relatório, que termina em 6 de abril, deve ser prorrogado por 15 dias. A Câmara agora espera ter acesso à nova denúncia feita pelo Ministério Público para investigar também Ronchetti. "Como conseguimos a primeira investigação envolvendo outros vereadores de Canoas, nós agora apuramos a conduta de um outro vereador, Marcos Ronchetti, da atual companheira dele e de uma outra funcionária, envolvidos em crimes de concussão, corrupção e lavagem de dinheiro", diz Duarte. Segundo ele, a outra pessoa envolvida já morreu.

Dois assessores confirmam a exigência de parte do salário. Um outro funcionário nega que tenha dado o dinheiro para o vereador. Entretanto, o Ministério Público tem a comprovação documental do repasse. 

"Uma das assessoras comissionadas ficava com cerca de R$ 1 mil e repassava aproximadamente R$ 3,5 mil para a companheira do vereador. A outra assessora ficava com cerca de metade do salário e com o resto tinha que pagar dívidas contraídas pelo vereador durante a campanha.

Empréstimo

A terceira servidora combinou com o vereador e esposa dele de contrair um empréstimo e repassar quase que a totalidade do empréstimo para a conta bancária da mulher do vereador", explica o promotor de Justiça.

Fonte: G1